No cruzamento de acesso à vila da Mexilhoeira Grande na EN125 corta-se em direcção a sul, na direcção oposta à vila. Atravessa-se a passagem de nível do ramal de Lagos da Linha do Algarve (dista cerca de 100 metros) e entramos na Quinta da Rocha, uma península que nos leva à Ria de Alvor.
Seguindo em frente atravessam-se campos agrícolas, grande parte abandonados, dominadas por culturas de pequena dimensão compostas por amendoeiras, oliveiras, alfarrobeiras, romãzeiras, marmeleiros e figueiras, bem como alguns pequenos pomares de citrinos e baldios.
Durante este percurso é fácil observar fringilídeos (pintassilgo, chamariz, verdilhão, pintarroxo) e ainda trigueirão, pega-azul, poupa e, na época de nidificação, durante o dia no topo de um poste telefónico ou casa em ruínas, o mocho-galego. Nas áreas de pastagem a acompanhar o gado bovino ou caprino temos garças-boieiras. No Verão o abelharuco e as diferentes andorinhas mostram sua beleza e agilidade.
Nos campos agrícolas, durante a migração outonal é possível observar o movimento de centenas de passeriformes que procuram áreas de repouso e alimentação durante esta epopeia que é a migração. Destacam-se como migradores de passagem chasco-cinzento, rouxinol-pequeno-dos-caniços, felosa-poliglota, felosa-das-figueiras, toutinegra-de-barrete-preto, felosa-comum, papa-moscas-cinzento, papa-moscas-preto, em como outras espécies de felosas. No Inverno é comum observar alvéola-branca, pisco-de-peito-ruivo e rabirruivo-preto. Ao longo do ano para além das aves associadas a campos agrícolas, é possível encontrar o alcaravão.
Chegados ao parque de estacionamento, a zona húmida – laguna e sapais – pode ser explorada a pé seguindo o dique que rodeia uma área de sapal. Nesta área de sapal pode-se observar flamingo, garça-
real, garça-branca-pequena, maçarico-de-bico-direito, borrelho-de-coleira-interrompida, borrelho-grande-de-coleira, pernilongo, cotovia-de-poupa e muitas outras aves limícolas. Na laguna durante a maré vazia as gaivotas-argênteas descansam nos bancos de areia a descoberto.
Entre elas há sempre a oportunidade de ver outras espécies de aves como o corvo-marinho-de-faces brancas, o ostraceiro, o pilrito-das-praias, o garajau-comum e o garajau-grande. Na época de nidificação, a andorinha-do-mar-anã encontra nesta área um local privilegiado de alimentação, nidificando no sistema dunar que separa a ria do mar.
Junto às salinas nos bancos de vasa e sapal que se encontram na ribeira de Odiáxere a presença do maçarico-galego, da rola-do-mar e da tarambola-cinzenta não passa despercebido. Aqui, e ao longo dosdiques durante os meses de Inverno esconde-se o pisco-de-peito-azul. No Verão a alvéola-amarela mostra os seus voos graciosos nas áreas interiores de sapal.
A partir da vila de Alvor este sistema estuarino pode ser explorado percorrendo a pé o sistema dunar. No interior, durante a maré vazia nos bancos de areia a descoberto para além da gaivota-argêntea, é possível observar o garajau-comum. Junto à embocadura da ria nos bancos de areia observam-se ostraceiro, rola-do-mar, pilrito-das-praias entre outras aves limícolas. Nas dunas observa-se cotovia-de-poupa, borrelho-de-coleira-interrompida e andorinha-do-mar-anã, que utilizam esta área para nidificar.
Melhor época: Setembro a Maio
Distrito: Faro
Concelhos: Lagos e Portimão
Onde fica: A Ria de Alvor localiza-se no barlavento algarvio entre as cidades de Portimão e Lagos. Para quem vem de Lisboa, seguir pela A2 e depois pela A22 saindo no nó de Alvor. Para chegar à Quinta da Rocha, na EN125 no cruzamento da Mexilhoeira Grande – vila situada entre as cidades de Portimão e Lagos – virar para Sul, 150 metros mais à frente atravessar a passagem de nível e seguir em frente cerca de 2,5 Km até chegar junto do sapal e estuário. Aqui pode-se deixar o carro e explorar a pé o dique. No caso de querer explora a Ria de Alvor a partir do sistema dunar deverá tomar a direcção de Alvor. Aqui chegado deixaro carro na zona ribeirinha de Alvor e seguir a pé entre o sistema dunar e o estuário/sapal até ao molhe e regressar pela praia.
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